domingo, 12 de maio de 2024

Love Waltz.

 Tenho dançado sozinho, passo a passo, quase devagar.

Tenho implorado baixinho, por dentro quem sabe, por meu próprio par.

E nessa valsa lenta, por estar avulso,  sou só eu quem danço.

Já perdi o pulso, não sei mais bailar.

Eu que não tenho compasso, não conheço a música, se tiver a chance.

Eu quero tentar.

Então eu te avisto aflito, sentado em um canto.

Como por encanto, a titubear.

E mesmo sem saber os passos, junto minha coragem.

E te estendo a mão,

Chamo pra dançar.

E você com esse jeitinho, nessa dança nossa.

Vem dançar juntinho, pra se apaixonar.



domingo, 21 de julho de 2019

Nunca mais.

Já nem era tarde, mas não era dia. Eu permanecia parado em um momento no tempo que talvez nem soubesse mais como continuar e mesmo que eu tentasse, ainda estava ali.
Você vinha sem mais nem menos, batia na porta e dizia adeus, e eu estagnado, ficava vidrado sem dizer os meus.
 Era como se nada mais importasse, você vinha com suas asas quebradas, dizendo palavras que eu não podia entender. Já não era humana, e muito menos a mesma, era só lembrança que não pude esquecer.
E eu ainda frio, no meio da noite, procurava ajuda num refrão de amor.
Dois estranhos, parados frente a frente. Você com seu jeito forte e eu meio sem sorte, com a cabeça tonta, cheio de mistérios, sem saber porque.
Eu já nem lembrava dos seus medos, dos seus temores, nem você dos afagos e dos meus amores. Novamente estranhos, sem mais nada a ter.
Mas ainda insisto, tento erguer mil pontes, mesmo sem saber, que do outro lado, você insiste em destruí-las sempre.
Dessa vez, vejo tudo de longe, vejo a vida indo e também vou seguindo.
 Eu te vi sorrido.
E eu estive chorando.
Sem mais sofrimento.
Vou te desamando.

quarta-feira, 13 de março de 2019

Hunting moon

Desde pequeno me foi negado o saber de quem eu era. Me impediam de entender o que eu sentia e o motivo de me sentir deslocado de todos os outros. Cegavam-me diante minha verdadeira natureza e me faziam me sentir menor por algo que eu ainda nem entendia ser. Enquanto crescia, senti que algo dentro de mim queria ser solto, buscava aceitação e liberdade, mas por medo, eu mantinha esse algo escondido. Ouvia mal dizeres sobre as tais bestas que eram excluídas por uma falsa humanidade moralista dos meus repressores, e por muitas vezes, acabei seguindo aquilo que me era dito. Até não aguentar mais e finalmente ser capaz de entender o que vivia em mim. Eu era como uma das bestas. Me perdi em mim mesmo até conseguir aceitar que eu não devia mais me privar de ser quem eu realmente era, medo, angústia e tristeza ecoavam em minha mente por saber que eu faria parte daqueles que tanto vi e ouvi serem apontados com maldade. Enfim abracei e fui abraçado pelos meus, me senti parte das feras e pude finalmente entender que éramos apenas diferentes, não menores ou piores. Corri a princípio com passos leves, apenas acompanhando de longe os outros que haviam a mais tempo, aceitado seu interior, e logo, estava correndo entre eles, bradando por minha liberdade e vida, uivando nossas vontades e anseios. Somos todos lobos. A lua no alto nos diz que a caçada aos nossos está prestes a encerrar. Vocês não podem mais nos matar. Nós somos as feras e não seremos mais às presas... 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Yellow watcher

Você vem tão claro que quase me cega.
Me enche de algo que já nem lembrava o que era.
Me tira do plano e me joga pro alto.
Faz com que meu peito entre em uma balada frenética, mudando sem pena, o bater do coração.
A tipografia perfeita dos seus dedos timidamente contra minha pele.
Num misto de curiosidade e medo por querer  desbravar mais do que vê.
Inebriado, me perco em decifrar seu jeito, buscando sinais, como hieróglifos enigmáticos.
Uma repetição de gestos e olhares que me dizem que há algo a ser notado.
Talvez você tenha me deixado marcado e ansioso por descobrir mais sobre seu mundo...

Quem sabe amarelo seja uma cor legal.

domingo, 23 de setembro de 2018

Rituais.

Devore minha alma assim como fez com os que me antecederam.
Mostre-me através dos seus olhos, o que o poder que possuo é capaz de fazer.
Alimente a centelha que carrego comigo e incinere meu ser.
Incendeie minhas inseguranças e faça-me mais forte.
Sacie minha sede de glórias e incite minha ganância por controle e poder.
Dê a minha mente, motivos para se rebelar, fazendo da minha insanidade, a minha verdade.
Torne meus próprios medos, minha armadura.
Aceite-me como seu mestre, tornando-se um só comigo.
Assista minha ascensão como senhor de mim mesmo e me aplauda enquanto reconstruo meu próprio mundo.
Eu sou meu medo e eu sou minha verdade.
Sou o senhor do meu ser.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Rima

Ô meu bem, não fica assim tão sério
Já que o mundo é um mistério
Que nós vamos descobrir.
E mesmo que não queiras
Sabe, existem outras maneiras
De não apenas existir.
Sei que pode parecer estranho
Já que em seu olho castanho
Eu vejo um mundo se abrir.
E como eu já havia dito antes
Temos todos os instantes 
Pra vivermos a sorrir.
Abre a janela
Olha pra fora
Não se demora
Nosso trem vai partir...

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Nada mais que versos.

Não é como se eu quisesse o mundo, eu não quero tudo. Só quero sei lá o que seja, quero uma cerveja e um pouco de paz. E não, não que eu seja um bom rapaz, sou como qualquer outro, e só quero um pouco do que tens pra dar. Mas não espero muito, porém não quero teu pouco, não sou de migalhas e mesmo sendo louco, não vou aceitar. 
Não por ser tão simples ou por ser complexo, já nem sei mais nada, mas segue em anexo, o que eu quis falar. 
Letra.
Palavra.
Frase.
Cada qual em riste, já não sou tão triste pra quem foi que disse que eu não sei amar? 
Mesmo não querendo, me peguei dizendo: Voltei pra ficar.
E se quiser ficar, é só se sentar. Pra permanecer, basta cê dizer. Que mesmo com anos, ainda temos planos, desde os mais malucos até os mais insanos, e que assim, vamos os praticar.
Caso queira partir, não vou insistir. Tem tanta muita coisa ainda, cada coisa linda, que vai te fazer sorrir.
Verão.
Outono.
Inverno.
Primavera chega sem nem perceber, nasce, cresce, o tal florescer. Planta a muda, brota algo, colhe o fruto. Algo puro, quase bruto.
Raro, limpo, incolor
Que se chama amor.
Não que eu te ame, ou que venha a amar. Mas eu tô cansado de mandar mil frases sobre te gostar. Porém se me ama, vem aqui comigo, faço nossa cama, pra tirar um sono ou quem sabe dois, tu escolhe um filme para ver depois, e sem muita pressa eu já conto a hora, de tu ir embora pra voltar de novo. Que relógio doido que ficou parado, deve ter quebrado,e quem sabe, fui eu.
Segundos.
Minutos.
Horas.
Nas quais eu peço pra passar contigo, ou quem sabe rezo pra não ter perdido. E se eu me lembro, creio já ter dito, quero entrar num loop, feito no infinito, feito de amor.
Elo mais bonito.